quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Os três poderes e as intenções dos políticos

“Se eu fosse deputado, acredito que não faria muita coisa porque não terei o poder total. Mas se fosse Presidente da República, olhava o desemprego, a corrupção, HIV e SIDA como maiores inimigos,” Félix Roque.

Palavras proferidas durante o bloco “Se Eu Fosse Deputado” no primeiro debate juvenil organizado pela TIM. Deliberadamente ou não, estas afirmações parecem encerrar duas realidades: por um lado, cresce a percepção de que o parlamento moçambicano é subserviente ao poder executivo, e por outro a consciência de que o Presidente da República tem poderes a mais.

O MDM propõe no seu manifesto eleitoral que haja uma clara separação de poderes entre os três poderes, a saber executivo, legislativo e judicial, acreditando que com isso pode pôr cobro a acusação de clientelismo que parece ter tomado o sistema judicial.

A Frelimo parece concordar que é necessário que todos os sistemas estejam bem articulados e que se edifique um Estado de Direito onde ninguém está acima da lei. Por seu turno, a Renamo também afina pelo mesmo diapasão. Todavia, na questão dos poderes do Presidente da República, tanto a Frelimo como a Renamo preferem continuar a manter os trunfos bem guardados, embora não pareça haver muito interesse em se cercear alguns dos poderes excessivos do PR.

Por outro lado, para além de alguma forma quedarem-se sobre uma aparente subserviência do parlamento ao executivo, as afirmações também podem pretender mostrar quão nada abonatório é a opinião que se tem dos políticos. Talvez não seja por acaso o cinismo quanto à política leve às abstenções que caracterizam os pleitos eleitorais moçambicanos. Ademais, há estudos, como o da Ética Moçambique sobre a corrupção, que colocam os políticos várias posições abaixo dos religiosos e jornalistas no tocante à confiança que os cidadãos têm deles.

Ainda, parece também crescer a percepção de que muitos concorrem à deputado com a finalidade de enriquecerem. E os que concorrem à presidência da República o fazem para receberem o “trust fund”.

Este é o cenário que os políticos devem inverter para credibilizar a sua actividade.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Debates Eleitorais da TIM no You Tube

A TIM ja tem o seu Canal no You Tube, no que constitui um novo marco da sua presenca na Internet 2.0.

Eis o link de acesso da Televisao Independente de Mocambique: www.youtube.com/timmozambique.


Ja estamos na Internet de primeira geracao com a nossa pagina web: http://www.tim.co.mz/. Agora, com os Debates Eleitorais 2009, tornou-se imperioso dar a um publico mais amplo a possibilidade de acompanhar os debates transmitidos todos os domingos, a partir das 20.30h, na TV e que so seriam vistos em pelo menos seis cidades de Mocambique e algumas vilas e distritos nos seus arredores.



Veja para crer, no nosso canal no You Tube, alguns highlights do debate inaugural, o Debate Eleitoral Juvenil em Maputo.



Hipolito Hamela, o economista que martela sobre tudo e mais alguma coisa, inquieto e incisivo, diz que os os paineis publicitarios (outdoors) de bebidas alcoólicas que colocam meninas semi-nuas junto com garrafas estão na contra-mao da luta contra o HIV & SIDA.
No seu ponto de vista, aquelas publicidades, colocadas estrategicamente em alguns pontos de cidades do Pais, são um convite ao sexo não-seguro. Veja aqui:




Por sua vez, Suzete Dança, professora, desafia as pessoas a mudarem de comportamento. Segundo ela, o problema do SIDA é pessoal e que por isso governo algum vai conseguir acabar com o HIV & SIDA. Confira em:




Dos jovens portadores de deficiencia associados, Cantol Ponja Cantol Ponja denuncia a descriminação (no acesso a informacao) de que sao vitimas as pessoas portadoras de deficiência, o que os coloca na situação de vulnerabilidade perante o HIV & SIDA.
Aqui, na telinha do You Tube, acesse:





Vamos a isto, que o Pais vai a votos!

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Os Jovens de Maputo Disseram,..




Os Debates Eleitorais na TIM arrancaram. Domingo, 30 de Agosto de 2009, os jovens de Maputo deram a cara e fizeram ouvir a sua voz para uma audiencia televisiva de Maputo, Beira, Quelimane, Nampula, Tete e Pemba. Quais animais politicos na arena, Noa Inacio pela Associacao dos Estudantes Universitarios, Hipolito Hamela como independente, Cantol Ponja pela Associacao dos Jovens Portadores de Deficiencia, Mateus Cuna em representacao do Parlamento Juvenil e Baptista Bonzo do Conselho Nacional da Juventude compuseram o painel principal.

Em suporte ao moderador, o experiente jornalista Antonio Barros - com longa carreira pela Radio Mocambique antes de se juntar a malta jovem da TIM - estiveram Mohamed Yassin, analista politico, e o lider da ARO Mocambique, Policarpo Tamele, que ja foi a cara e a voz institucional da juventude em outros tempos. Da plateia, nota positiva para os varios jovens que nao so procuraram marcar presenca para preencher espaco, mas que trouxeram aditivos, com suas questoes e contribuicoes. Do rescaldo, ficam algumas frases marcantes:

Sobre a formacao dos jovens portadores de deficiencia

Cantol Ponja (Associaçao dos Jovens Portadores de Deficiencia de Moçambique):
Realizamos trabalhos de capacitaçao, onde pretendemos elevar a capacidade dos jovens portadores de deficiencia para poderem se inserir na sociedade e desenvolver algo que os beneficie. Mas nos deparamos com vários problemas, de jovens portadores de deficiencia, nos distritos, que nao conseguem sair para se formar, para estudar, porque nao possuem meios de compensacao. Com meios de compensacao refiro-me a cadeiras de roda, canadianas, bengalas, que sao as pernas destas pessoas. Entao, trabalhamos muito mais em primeiro lugar na capacitacao deste jovem, formá-lo em materia de associativismo, de gestao e em divulgar as políticas que existem para a pessoa portadora de deficiencia. Mas encontramos grandes barreiras, porque ao nivel do Governo nao há uma resposta satisfatória para estas pessoas... as pessoas portadoras de deficiencia se encontram totalmente frustradas, porque lutam, tentam, mas nao sao criadas minimas condicoes para que possam desenvolver actividades que beneficiam a si mesmo e ao País.


Sobre o Primeiro Emprego

Hipólito Hamela (Economista, Instituto de Directores de Moçambique):
A Lei do Trabalho é uma grande barreira para o primeiro emprego. A lei anterior era pior ainda, porque nem tinha este espaço de dois anos de estágio que agora temos... que permite que o empresário possa ter uma pessoa num contrato precário... Isso parece ser mau para o jovem, mas nao! É a oportunidade que lhe á dada para resolver a barreira da experiencia. A barreira da experiencia é resolvida pela via da facilitaçao do contrato para o primeiro emprego. O primeiro emprego tem que ser precário... O empresário nao pode ter medo de contratar um jovem, ele hoje tem medo de contratar um jovem porque sabe que se o contrata vai ter problemas em despedí-lo.

Sobre o HIV & SIDA

Mateus Cuna (Chefe de Emprego e Habitacao no Parlamento Juvenil):
O HIV & SIDA infelizmente é uma questão meramente comportamental, e a sensibilização é a única arma... Como estava a dizer o especialista (Dr Avertino Barreto) parece que este problema tenta ser cada vez mais jovem, quer dizer as pessoas contráem o HIV & SIDA muito mais cedo do que antes. Isto pode ser um problema adicional, mas pode constituir um desafio, uma oportunidade quero dizer... Se diz o velho ditado que é de cedo que se torce o pepino...as acçoes de sensibilização tem de começar cada vez mais cedo, sobretudo nas escolas primárias, onde achamos que as pessoas são muito menores e se calhar ainda não estão a lidar com a questão do sexo...é preciso rever-se essa maneira de pensar, parece que o sexo está a entrar cada vez mais cedo na vida das pessoas...

Estas e outras questoes, os jovens de Maputo enderecaram, atraves da TIM, aos politicos, e proximo domingo, 6 de Setembro, os politicos da FRELIMO, Renamo, MDM, PDD e PIMO respondem ao seu repto.
Quem estiver ligado a TIM verá, e o Pais julgará...

Vamos a isto, porque o Pais vai a votos!